Quem sou eu?

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Sou, o que julgo, o que digo, o que julgam, o que dizem. Sou Anti-Pop, socialista de centro direita, racionalmente louco, utópico-prático. Trabalho com ausências: de afeto, de justiça, de igualdade... de luz. Não posso negar Deus, mas posso reconstruí-lo, tranqüiliza-me sua existência. Acredito no conceito criado pelo homem há 2009 anos, baseado no respeito pelo “outro” (amor em seu primeiro estágio). Sou pela emoção sem coloridos, sem ilusionismo, sem falsidade... pela razão. Acredito na verdade pelo conceito, não pela “lindeza” da cor. Sou preto no branco. Não quero de-cor-ar, quero in-ter-vir. Acredito que só através da racionalização, compreensão das emoções, podemos evoluir para uma sociedade melhor, mais justa, mais qualitativa - mais terna é”. Acredito na existência dos da minha tribo, acredito que vou encontrá-los para juntos termos voz, gritar é preciso... mudar é urgente. Sou só isto e tudo o mais que deixar neste blog. 100medo

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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Presença e Ausência

Reflito sobre tudo o que sou, minha construção. Concreto, presença, abstrato, ausência. Sou o que possuí, o que não tenho. Sou o que faltou, o que possuo. Sou o que conquistei, o que não alcanço. Sou tudo o que deram, o que nunca tive. Sou o que dei, o que não quis entregar. Sou presença e saudade na minha ausência. Sou o afeto materializado, o sentimento negado. Sou o tudo e o nada.
Eu sei que saberei o amor que por ti tenho, quando de ti não souber. Tua ausência saberá dizer o que julgo saber e que em verdade não sei.
Solidão-Ausência de Amor; Tristeza-Ausência de Amor; Maldade-Ausência de Amor; Tudo me resume a isso, amor, a sua presença ou sua ausência. É isto que sou, minha construção.
Preto-Ausência do Branco.
alma

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Acrílico s/tela 80x120

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Memória

Sou um monte de carne, músculo e osso, ambulante. Sem passado, sem cicatrizes, sem amores, sem magoas, sem tudo, nada, matéria. Acordei, sonhei que perdi a memória, deixei de ser. Tudo o que foi e fui desapareceu, eu. Foram-me arrancadas as recordações, boas e más. Perdi as emoções, as alegrias, as tristezas, as dúvidas, as certezas. Meus pais, irmãos, amigos, inimigos, conhecidos, deixaram de o ser. O que aconteceu com o meu Eu? Sou só e tudo isto que fui? Recordações? Nada me resta para além do pensamento? Desapareci em minha memória? E agora? Começar de novo a recolher memórias, emoções. Não é o que fazemos ou deveríamos fazer todos os dias? O presente não são as memórias do futuro, aquilo que havemos de ter, ser? Vou “encher-me” de memórias, rodear-me de emoções para no futuro eu existir e voltei a adormecer.
alma

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Minha Vida

Que merda ando eu a fazer com minha vida? Que propósito é este, o de me entregar à comunicação desta forma tão intensa? Que me estou a fazer e àqueles que me rodeiam? Desenhos? Pinturas? Emoções? Críticas? Ausências? Que forma de estar na vida é esta que me obriga a refletir constantemente, que me obriga a expôr o que sinto, o que penso? Quem me julgo? O que escrevo é pessoal, chato, longo, óbvio. Quem se importa com as banalidades que escrevo? Falo de conceito, de afetos, de injustiças, de razão, de merdas que não ajudam a pagar contas. Minhas telas são dispersas, subjetivas, confusas, sem cor. Não consigo dialogar com as cores, tenho informação demasiada e confusa sobre as suas intenções. Vejo tudo a ser camuflado com cores, uma bandalheira. Uso as cores todas, a luz em toda sua luminosidade e em sua ausência. O que? Que conversa. Porque? Para que? Na verdade as perguntas relevantes deviam ser: -“Fica bem na sala da senhora? Combina com os cortinados? Deve ficar, oxalá fique, é um dinheirinho que entra. Que merda estou eu a fazer? Estou a brincar com os outros, a dizer-lhes que vejo mais, que olham pouco? Estou a dizer, na minha arrogância, que é preciso estar mais atento? Porque? Para que? Vou fazer “abstratos”. Vou deitar cores em cima da tela e vou chafurdar, pode ser que fique bem na sala, é um dinheirinho que entra. Se mostrar os meus trabalhos atuais e em seguida os “abstratos”, poderá ser que me dê alguma credibilidade e combine com os cortinados. Já sei, estou a fazer isto tudo para me tornar um homem rico, rico homem. Estas minhas primeiras telas serão engodo para a grande merda que aí vem e que me vai enriquecer. Pronto, para minha sanidade mental posso descansar, entendi a merda que faço e a merda que devo fazer.
alexandre magno

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Acrílico s/tela 80x120

A oração que alguém nos ensinou

A oração, prece, apelo, foi-me transmitida pelo homem, “que deus nos ensinou”, então que seja ele a quem prestarei contas. Procuro deus por carência de justificativa, tranqüilidade mental, afetiva, medo da ausência, impossibilidade de sua negação. Para os que acreditam em sua existência, tudo está programado, só acontece porque ele quer, seja feita à sua vontade, um cordeiro obediente. É com certeza reconfortante acreditar em deus, ser um eleito da verdade, acreditar sem provas, fé. É isso que procuro, essa certeza. O deus que me transmitiram não me satisfaz. Não me agrada seu interlocutor, esse que em seu nome tem cometido tantas barbáries. Esse deus que me foi transmitido pelo homem nada tem haver com a grandeza de seu feito. O homem de deus, que diz ter a verdade, transforma dogmas em pedidos de desculpa, verdades absolutas em mentiras ridículas. Ao longo da história e da estória, aceitamos a sua ignorância e desculpamos. Perseguiram infiéis, torturaram, mataram, tudo em seu santificado nome. Enganaram-se? nós perdoamos! Aceitamos a palavra. Qual palavra? A oração é sempre a mesma, o deus é o mesmo. Enganaram-se, enganam-nos? “Podem confiar em nós”, dizem-nos. Masturbação é pecado, a pílula é satânica, o preservativo só roto, mulher fora dos ministérios, sacerdote vive em celibato, santos sudários, Adões e Evas, arcas de Noé. O homem de deus todos os dias nos envergonha, ofende-nos com sua arrogância, com sua excessiva ostentação material, com sua prepotência em julgamento. O homem que diz ser o representante de deus, nada mais faz que nos afastar dele, se ele existe. Tenho a convicção profunda que estamos a ser enganados. Julgo que seu filho, hoje, voltaria a chicotear, desta vez, dentro do templo. Não quero esse deus que me transmitiram. Não quero ser cordeiro num rebanho cujo pastor tem tão pouco para dar e tanta inverdade para ensinar. Quero sim, acreditar que é possível sua existência e que sua única verdade é a procura do amor pelo amor. No final, se ele não existir, nada de mal pode acontecer, temo-nos a nós, infiéis que se respeitam uns aos outros.

Pai nosso que estais no céu, nas estrelas, no espaço, em cima, porque na terra, em baixo, ninguém quer, santificado seja vosso nome, o sobrenome já temos, venha a nós o vosso reino, ou ensina-nos o caminho para ele, seja feita a vossa vontade, para variar, assim na terra como no céu, de preferência no céu, na terra resta muito pouco, o pão nosso de cada dia nos daí hoje, se tiver uma manteiguinha melhor, perdoai as nossas ofensas assim como nós quase nunca perdoamos a quem nos tem ofendido, não nos deixai cair em tentação, mas se acontecer que seja bom, livrai-nos do mal, dos outros. Aaaah... men!

alma

sábado, 8 de agosto de 2009

Não quero ser alguém para ninguém
Não quero ser ninguém para ser alguém
Quero ser ninguém para alguém
Quero ser alguém para não ser ninguém
alma

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Perdoem-me Machos

Amigos, companheiros, camaradas, machos em geral, perdoem-me, pela verdade. Fez sentido nos sermos fortes, brutos, broncos, voz rouca e muito pêlo na venta. Fomos caçadores, o trabalho pesado era nosso, temos mais massa muscular, produzimos testosterona e isso dá-nos muito trabalho, muito mesmo. Tivemos de caçar gigantes, conquistar territórios, transportar pedras, combater inimigos, por nossa família, nosso clã, nossa tribo, nosso país. Tudo certo, somos seres bem dotados, sobreviventes em ambientes hostís. A natureza respeita-nos, somos uns animais, umas bestas. Mas isso era assim. Nós continuamos a ser umas bestas, o ambiente é que já não exige isso de nós. Já não precisamos gritar nos restaurantes, como na selva, já não precisamos bater nos amigos para dizer o quanto gostamos de sua companhia. O mundo não necessita, a fêmea não quer, pelo menos fora da cama. Não há que ter medo em ser mais feminino, agora já não, sendo verdade, aproximamo-nos da realidade atual, do mundo da gestão, foi isso que elas, nossas doces moças, sempre fizeram. Andávamos aos socos e pontapés, mentindo sobre caça e seus perigos, tentando ser os “Alfa’s”, elas administravam nosso patrimônio, nossas casas, filhos, pensando, gerindo afetos e alimentos. Isso mesmo, não tem como fugir, sempre foi assim. Ser mais feminino significa estar mais sensível a coisas que não o acasalar, conquistar, poder. Significa estar mais ligado à beleza, ao pensamento, aos afetos, às emoções. Com muita resistência nossa, nossos filhos estão menos machos que nós. Quem educa? Mulheres! Pensavam que isto da liberdade sexual era só conversa? Pensavam que era só um soutien e uma pastilinha? Não meus amigos, elas vestem calças e fumam... admirem-se. São elas que nos educam, segundo suas convicções. Se elas todas,“fazedoras de vida”, são mães de nós, vamos ouvi-las, por nós. Num mundo de gestão, mais cerebral e menos físico, a mulher por direito e por obrigação tem de ocupar seu lugar. Elas chegam lá sozinhas, nós podíamos facilitar, apressar o inevitável. Elas são “mais” em tudo, o mercado de trabalho assim o diz, os sistemas de ensino assim o comprovam. O mundo já foi nosso, este é o mundo delas e nós só temos de ajudar. Tenho a convicção profunda que o mundo seria um lugar bem mais pacífico, racional, democrático, materno. Deixem-nas governar. Perdoem-me machos, eu tinha de dizer. Preto no Branco, a verdade.
alma

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Beijo do Gôrdo - Acrílico s/tela 80x120
Uma singela homenagem do "magro" ao "nosso" gôrdo.

Não entendo

Não entendo esta sociedade. Não entendo esta sociedade que tantas vezes invoca deus e em tão poucas ações se nota a presença dele. A miséria está presente em todo lado. Vivemos em ruas imundas, povoadas de gente miserável. Vivemos no medo, rodeamo-nos de seguranças, vidros fumados, cercas elétricas, câmeras de vigilância, armas, para nos defender daqueles que nós excluímos. Que sociedade é esta que permite que se faça da educação um instrumento de enriquecimento de alguns “pobres” de espírito? Que sociedade é esta que trata os seus anciões, menos abastados, como peças descartáveis? Que sociedade é esta que trata seus meninos como adultos falhados, vivendo da esmola que nós, caridosamente damos nos semáforos? Que sociedade é esta que trata seus doentes como animais irracionais, em hospitais públicos decadentes e degradados? Que sociedade é esta cuja elite é constantemente acusada de corrupção, de banditismo? Apesar de tudo isto, de toda esta miséria humana, nunca ouvi tantas vezes o nome de deus ser invocado com tanta paixão, com tanta fé. Nesta sociedade, que não me sinto inserido, o ser humano quer chegar a deus e não alcança o seu semelhante, que diz também ser filho dele. Eu por mim digo-vos, não há deus que vos ouça, se houver eu não quero ouvi-lo... não sou hipócrita, não sou cínico.
alma